Descrito como “mais do que um filme, é um movimento” na sua
página da Internet e do Facebook, ele na realidade é um documentário que relata
experiências de pessoas comuns de vários lugares do Planeta que, por meio do
Empreendedorismo Social, estão concretizando, cada um a sua maneira, esse nosso lugar
comum num lugar melhor e numa vida mais digna para pessoas diversas.
A sensação que tive ao assistir ao documentário é que, para
promover mudanças efetivas, concretas no mundo, pode ser mais fácil do que
imaginamos. Que as grandes mazelas que dilaceram bilhões de vida todos os anos
são quadros com possibilidade de reversão. E por vezes com ações bem mais
simples do que imaginamos.
Simplicidade: essa é a palavra que me tomou ao assistir ao
filme. Possível a mim, a você, a qualquer um que deseje promover alguma atitude
que, mesmo pequena de início, pode gerar uma grande mudança no futuro.
Embora uma das mais características heranças orientais, a desconfiança, seja em mim bem
pouco aflorada (Graças a Deus porque, a meu ver, toma muito tempo e dá rugas,
de verdade) confesso que ela sinalizou na hora: como você se deixa comprar
facilmente por palavras bonitas! Precisa aprender a se defender, senão a
vida... (parece que escuto alguma voz adulta dizendo isso, mas não sei bem de
quem...).
A primeira coisa que me chamou a atenção nesse filme foi o
estranhamento das outras pessoas perante o “transformador social”, quando
decidem largar - ou abdicar de tentar - carreira bem sucedida, status e poder
pra embarcar numa empreitada como essa.
Frases como “acho que você está ficando louca, isso é coisa
pro governo se preocupar, não você”, “eu te ajudo a arrumar um emprego” foram
as que mais me marcaram. Me identifiquei.
Como já cantei certa vez por aqui, sempre tive dentro de mim
uma sensação de “para quê” em tudo o que faço, especialmente em termos profissionais. E minha dificuldade maior nesse aspecto da minha vida era em saber lidar com “resultados pequenos”: sempre achei que, especialmente trabalhando na área da Educação, todos os meus
projetos tinham que ser muito abrangentes, ter “grandes resultados”, impactar
diretamente a vida de muitas pessoas. E aos poucos fui (e estou) percebendo que
sim, a mudança é no pouco. É em uma turma, em uma escola, é em uma comunidade. É no pequeno. Pra depois se tornar muito. Se tornar
grande.
E pra me impulsionar nesse meu estágio evolutivo, me parece que o mundo também vem buscando se tornar cada vez mais individual: atualmente se fala cada vez mais em ensino individualizado / personalizado, em atendimento médico humanizado, o Jornalismo tende a se voltar a contar pequenas histórias.
E pra me impulsionar nesse meu estágio evolutivo, me parece que o mundo também vem buscando se tornar cada vez mais individual: atualmente se fala cada vez mais em ensino individualizado / personalizado, em atendimento médico humanizado, o Jornalismo tende a se voltar a contar pequenas histórias.
Parece também até um paradoxo, de certa maneira. Na sociedade
do excesso atual, em que tudo tem que ser grande, em que tudo tem que ser muito,
movimentos como esses e de alguns engajados por aí, que buscam vivificar um “culto
ao individual” (o que é totalmente contrário ao “culto ao individualismo”, vale
ressaltar) é somente um reflexo de uma sociedade que dá sinais claros de um estafamento
de mania de grandeza, de “abraçar o mundo com os dois braços”, mas composta de
seres humanos, que buscam olhar e serem olhados diretamente nos olhos, acessar
e serem acessados no coração. Pra então se concretizar as possibilidades
infinitas. Pra ser grande. E ser
pleno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário