Há exatas duas semanas iniciei meu último módulo da
Pós-Graduação na Cásper Líbero, Faculdade de Comunicação localizada na avenida Paulista, em São Paulo.
Esse semestre estou estudando a imagem fotográfica no
Jornalismo. Em tempos em que somos verdadeiros montantes de corpos cercados de imagens por todos os lados e se tira foto muito mais do que se troca de roupa, pensei que essa era a disciplina que faltava pra eu sair com o título digno de pós-graduada
após quase três anos.
Importante também pro meu trabalho. Nos dias atuais, crianças
e jovens praticamente nascem sabendo manusear uma câmera digital e são expostos
a imagens muito mais do que a minha geração. Lembro-me que quando eu era criança, em algum domingo que alguém da família acordava inspirado, resolvia pegar uma imensa mala de
álbuns pra vermos juntos, relembrar histórias e, por fim, todos eram contagiados por um saudosismo bom...
Mas voltando ao assunto, logo no primeiro dia de aula da Pós uma
frase da minha professora me chamou a atenção. Algo que nem eu, e acredito
que a maioria dos meus colegas, nem você, nunca tinham parado pra pensar: “toda
foto é tirada por alguém”.
Ai, que afirmação mais óbvia. É claro
que fotos são tiradas por alguém, ou elas brotam sozinhas? Sim, mas pode
reparar, a gente não pensa nisso quando vê uma fotografia no jornal ou na
Internet. Logo, toma aquilo como verdadeiro de imediato. Ou como única versão
de um fato. Se tá na foto, é porque é verdade...
Sim, pode ser verdade. Mas pode também não ser uma única
versão de um acontecimento. Por trás daquela imagem há UM SER HUMANO (perdoe-me a caixa alta, mas não encontrei outra forma melhor de evidenciar) que tirou
aquela foto. E logo no primeiro dia ela me revelou o que eu nem sabia o que de verdade, eu, Vanessa, buscava lá. É isso!
Por quê razão aquela pessoa escolheu tirar aquela foto,
registrar aquele fragmento de um fato e não outro?
Escolhi três fotografias pra pensarmos por quê o fotógrafo (ou a fotógrafa) envolvido escolheu registrar aquele momento - seja ele casual ou não - e não qualquer
outro.
Essa fotografia faz parte da série “Povo dos rios”,
registrado pelo fotógrafo baiano Alvaro Villela. Segundo ele:
Povo dos Rios é um olhar comprometido com os
ribeirinhos... Pescadores, marisqueiras, agricultores, mestiços, negros,
brancos, índios... Gente alegre e sofrida, forte e frágil, universal e
peculiar, que diariamente constrói a sua história em meio a um modelo de
desenvolvimento social centrado no pragmatismo do retorno imediato, que em nome
da produtividade e do lucro destrói santuários que a natureza levou milhões de
anos para formar.
[...]
A intenção, portanto, é instigar o
conhecimento, o entendimento e, a partir daí, incentivar uma atuação de forma
consciente no que se refere à defesa de nossa fauna e flora e a valorização dos
conhecimentos que as populações tradicionais guardam há séculos sobre os
bioativos da nossa natureza.
Extraída da página do Facebook
da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, em
Português), sobre a instabilidade dos preços dos alimentos no mundo.
Publicada em 16 de
outubro de 2012 e tirada pela fotógrafa italiana Alessia Pierdomenico.
Sobre a situação da raiva e a escassez de vacinas e
tratamentos veterinários para cães ocasionadas por décadas de conflito.
Publicada na página do Facebook da FAO em 16 de junho de
2012. Não há registro do nome do fotógrafo.