Créditos da foto: Fernanda Romero

Créditos da foto: Fernanda Romero

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Desejo de ano novo


25 de dezembro. Última terça-feira do ano, mais especificamente após o almoço com as sobras da noite passada e de comer até ficar triste (como diria um tio meu..), e cá estou eu pra última postagem do ano.

Desde que me conheço por gente tenho a sensação de que esse é o único dia e momento do ano que não se há absolutamente nada pra fazer... nada pra se preocupar (ou que seja digno de preocupação nessa ocasião), nada de novo na TV que prenda a atenção, só as mesmas reportagens de comilanças, dietas, Papai Noel, crianças...

Um dia, um só dia de excepcional altruísmo, paz e contentamento em meio urbano que só mesmo a energia mágica do Natal é capaz de proporcionar entre todos os 365 dias. E nesse momento de serenidade luxuosa é que todos os anos começo a pensar de verdade as ideias para o ano que está por vir.

Além dos meus desejos pessoais, um dos meus mais sinceros e fortes desejos é pela Educação do Brasil em 2013. Educação com E maiúsculo, para dentro e além das salas de aula. Educação pra vida.

Desejo verdadeiramente que no próximo ano a Educação caminhe rumo à uma Educação que se ocupe não só de livros, quantidades e conteúdos, mas que principalmente habilite a lidar com sensações, sentimentos, com o humano, no sentido mais amplo da palavra.

Desejo que ela siga em direção à uma Educação que inspire, e não castre. E que oriente o movimento.

Desejo que ela avance rumo à uma Educação que possibilite pessoas a transformar informações fragmentadas em significados, em conhecimento útil sobre o mundo e para a vida. Que possibilite transgredir positivamente.

Desejo que ela caminhe para uma Educação que habilite, em primeiro lugar, a amar. A nós mesmos. Ao nosso próximo. A todos os seres viventes na Terra. Que habilite a buscar o progresso sempre, constante e infinitivamente, mas que também ensine a lidar com as nossas falhas e incertezas da vida.

Vibro pela Educação no próximo ano e sempre, porque só a partir dela é que podemos fazer de todos os nossos dias do ano um pouco mais Natal.







terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Educação pra vida

Sabe aquelas músicas que narram sem tirar nem pôr uma situação ou fase da sua vida? Pois é, uma delas na minha vida é do Kid Abelha, "Educação Sentimental II", eu tinha 16 anos (ou 17, 18...?). É, as coisas realmente passam. 

Hoje, alguns aninhos depois, trago ela à tona novamente, mas sob um outro olhar e por outro motivo (Uau, evolução humana, avance uma casa!). Alguns trechos dela:

A vida que me ensinaram
Como uma vida normal
Tinha trabalho, dinheiro, família, filhos e tal
Era tudo tão perfeito
Se tudo fosse só isso
Mas isso é menos do que tudo
É menos do que eu preciso

Agora você vai embora
E não eu sei o que fazer
Ninguém me explicou na escola
Ninguém vai me responder

A quem eu devo perguntar
Aonde eu vou procurar
Um livro onde aprender
A você não me deixar

Hoje, 20 anos depois que essa letra foi escrita - graças a Deus e toda a modernidade a que estamos vivenciando - muita coisa mudou. Ou está em passos largos para.
Uma vida normal pode sim ter um emprego que você trabalha o dia inteiro de pijamas na sua casa, sem precisar sair de sua casa faça-chuva-ou-faça-Sol e bater cartão na empresa todo santo dia.

Uma vida normal pode sim ter família, filhos e tal: mamãe, papai, filhinho. Ou não. Pode ter mamães e filhinho. Papais e filhinho. Ou só mamãe e filhinho. Ou só papai e filhinho.

Mas o que realmente fica evidente nestes trechos é a tão simples e tão sonhada “perfeição” a que as pessoas a seu redor se referiam, naquele momento, era o que ela menos desejava. Que o realmente essencial pra vida dela, o amor que se foi e toda dor que estava sentindo, a escola e os livros não a ensinaram como lidar com toda aquela situação.

Análises de letras de música a parte, hoje, sociedade contemporânea, percebo que existem alguns pequenos movimentos que, com muita sensibilidade na veia, estão percebendo a necessidade de emergirem conhecimentos pra vida. 

Essa é a Educação do Futuro. Colocar conhecimentos teóricos na prática. Fazer sentido. Aprender aquilo que realmente precisamos pra viver bem.
Informação na era Google é simples. A questão é o que fazer com ela.

Nessa empreitada, algumas plataformas bem bacanas - feitas por gente mais bacana ainda – trazem justamente essa proposta: ensinar aquilo que a escola não ensina.
Fritar um ovo sem furar a gema. Trocar um chuveiro. Administrar seu próprio tempo. Quem nunca se deparou com pequenas questões da vida como essas?
Partindo do principio de que todos nós temos algo a aprender ou ensinar nessa vida, a ideia do site “A Grande Escola”: www.agrandeescola.de é justamente unir pessoas que querem ou aprender, ou ensinar, sendo ora aluno, ora professor. Ou só aluno. Ou só professor.

Esse mesmo espírito de colaboração é a essência do Cinese: www.cinese.me
Com cursos que vão de “Jornalismo de Dados”, “Oficina de Poesia”, “Como fazer uma massa perfeita” ou “Encontro de Mulheres Incríveis” e temas que vão de política, cotidiano, Artes, religião e sexo, a plataforma propõe encontros que a gente sempre sai diferente do que entra. Vale muito!

Se você tem uma habilidade incrível que queira dividir com outras pessoas. Ou uma questão que te persegue há tempos e que a escola nunca te ensinou e você nunca teve a oportunidade de perguntar, ir atrás, compartilhar com outras pessoas, quem sabe essa não é a chance.

E como também canta o Kid desde os anos 80, nesses cursos você não vai encontrar a Fórmula do Amor, aquela, a tão procurada com certeza já bem antes desse tempo, que mesmo sabendo o gesto exato e como se deve andar - ainda - não faz nenhum efeito, mas com certeza muita coisa bacana dá pra extrair desses encontros. 







terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Ensino Inovador

Confesso, sem nenhuma pretensão de nada, que histórias de superação me chamam a atenção. Em especial daquelas pessoas que tinham tudo pra sentar e chorar: “óh vida, óh céus, oh azar” e encontram, ou mesmo criam oportunidades onde poderia haver só conformismo.

Mas foi bastante desproposital a forma que conheci a história a seguir.
Não sei se pelo colorido da foto (ou será porque meu subconsciente identificou os livros antes da minha consciência?), mas dia desses essa imagem me chamou a atenção de imediato.


Trata-se da biblioteca de uma escola flutuante. Isso mesmo, uma escola - com tudo o que tem direito - montada dentro de um barco, em Bangladesh, país asiático rodeado quase que todo pela Índia.




Equipadas com bibliotecas, salas de aula e computadores e notebooks com acesso à Internet, as vinte barco-escolas movidas por energia solar navegam para levar ensino e conhecimento para crianças moradoras de regiões que tornam-se isoladas em época de chuvas.


Ao todo, quase 88 mil famílias são beneficiadas pela ideia desenvolvida pela ONG Shidhulai Swanirvar Sangstha, que ganhou diversos prêmios nacionais e internacionais pela peculiaridade e impacto do projeto. 

E além das crianças, adultos também podem frequentar cursos de Nutrição, agricultura sustentável, gestão de resíduos e direitos humanos, disponibilizados por algumas das escolas flutuantes.





Em Bangladesh, oitenta por cento da população não tem acesso regular à energia elétrica. Por isso, o projeto também oferece às crianças lanternas, sem nenhum custo, para que possam continuar seus estudos em casa.



Aqui no Brasil, o SENAI de Amazonas realiza um projeto parecido para comunidades ribeirinhas da região. No entanto, se trata do barco-escola Samaúma, de cursos profissionalizantes. 

Às margens do rio, a embarcação oferece dezessete cursos, entre eles os de mecânica, costura industrial, marcenaria, educação ambiental, panificação e confeitaria e motores marítimos.



O bacana é que os cursos são voltados para a formação de empreendedores, e não apenas formar mão-de-obra nessas áreas.

As atividades realizadas no barco já formaram mais de 33 mil alunos, e atuou também em municípios ribeirinhos do Pará, Roraima e Acre.

Essas experiências levam muito mais que ensino. Levam cidadania, fortalecem a auto-estima dos envolvidos, promovem inclusão. 

E sabe qual a lição mais importante que essas pessoas aprendem por meio dos barcos flutuantes? 
A capacidade de superação frente adversidades.



Fontehttp://www.shidhulai.org
          http://www.fieam.org.br

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Uma mãozinha tão pequeninha...

O último post desse blog rendeu alguns comentários e conversas. Talvez e justamente por ainda ser um tabu, esse é um assunto que rende até...

Mas um deles me chamou mais a atenção. Uma amiga minha, mãe de uma criança de 05 e outra de 02 anos me disse (referindo-se à criança mais velha): "quando vem com perguntas até dá pra escapar pela tangente. O problema é quando a gente pega nossa bebezinha com a mãozinha lá, e curtindo..."

Num primeiro momento, o pensamento que me veio à cabeça foi: se ela fosse um menino, o espanto teria sido menor?
Mas a primeira pergunta que fiz a ela foi: e você?
Ela: ah, tentei despistar. Chamei ela pra vir ver uma coisa na TV, nem lembro o que era, fiquei sem reação no momento...

É compreensível que esse tipo de cena gere um transtorno na cabeça desses pais. Afinal, como assim, tão pequenininho(a)...
Essa é a reação (ou a falta dela) da maioria dos pais quando flagram seus babys nesse tipo de situação: tentar despistar, chamar a atenção pra outra coisa ou pior, brigar, dizer que isso é feio, que não se faz. 

A questão é que todas essas reações podem trazer problemas a essas crianças futuramente. Mesmo que não chame a atenção nem brigue com ela, somente tentar despistar seu foco para outra coisa pode sim fazer com que a criança entenda que aquilo que ela estava fazendo é feio. 

Brigar, dizer que é sujo, é ruim, pior ainda. Irá gerar um dilema na cabecinha dela como: é feio, mas é bom? Logo, pode acarretar em sensação de culpa e  problemas emocionais e sexuais na vida adulta.

A melhor opção nesses casos é conversar com ela. Dizer que esse tipo de coisa não se faz na frente das pessoas, que é indelicado, que certas coisas não se faz na frente de ninguém, assim como fazer xixi e cocô. E o principal: deixar claro à ela que a infância é um período único em nossa vida e que ela tem muito com o que aproveitar esse momento, fazendo amigos, aprendendo coisas novas, brincando muito...

Se a criança está recorrendo muito à essa prática, pode ser sinal de algum tipo de ansiedade, ou seja, muita energia que ela não está sabendo como direcionar, ou mesmo que ela simplesmente não está se satisfazendo com as suas atividades habituais. Nesses casos, é necessário rever qual é sua rotina e suas formas de entretenimento.