Uma das
coisas que mais me fazem felizes na vida são manhãs de domingo. Pra mim, em
toda manhã de domingo o aroma do café é mais gostoso, e o Sol brilha mais
bonito.
Pra mim, toda
manhã de domingo traz consigo uma alegria sem motivo especial, uma renovação de
fé, fé nos planos, na vida, uma paz dentro do peito de que tudo já deu certo,
de alguma forma.
Domingo de
manhã é o dia em que vou ao parque aqui do meu bairro, o Parque Regional, que na minha infância já foi chamado de Palhaço
Estremelique, pra caminhar, caminhar, caminhar e, quando cansar, sentar pra ver
pais e filhos jogar bola. É a forma que encontrei pra relaxar a mente dos
desafios da semana.
Mas naquela
manhã de domingo não houve jogo de futebol entre pai e filho.
Naquela
manhã de domingo houve somente o choro de centenas de pais por muitas partidas
perdidas que ainda estavam por vir.
Naquela
manhã de domingo crianças, que estavam na fase do avançar uma casa, não tiveram
a chance de terminar o jogo, com dignidade até o fim, porque foram roubadas.
Roubadas as suas oportunidades. De perder, de tentar, de perseverar, de cair e
levantar, de tentar de novo, de quase desistir, mas se reerguer, de superar, de perder de novo, de aprender, de ganhar.
Num jogo
decente, ganha quem tem a melhor estratégia. Mas querer vencer a base da força é
desleal, não é jogo. É roubo.
E nesse
jogo, 231 vidas foram roubadas. De forma cruel e por razões banais.
Agora, pais
e mães de 231 crianças nunca mais poderão jogar junto com seus filhos, nem ver seus filhos jogar. E perder, e
tentar, e perseverar, e cair e levantar, e tentar de novo, e quase desistir,
mas se reerguer, e superar, e perder de novo, e aprender, e ganhar. E viver.
PS.: próxima terça-feira, 05/02, não haverá postagem. Estarei em viagem sem acesso ao computador.
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