Créditos da foto: Fernanda Romero

Créditos da foto: Fernanda Romero

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Jornal em família


Em tempos onde praticamente todas as nossas necessidades cotidianas de comunicação podem ser realizadas por um telefone celular, desde conversar com amigos, filhos, esposa, marido, até o recebimento de notícias diárias via Internet, será que ainda existe espaço para o jornal e revistas em papel?

A Internet possui uma grande vantagem frente ao impresso: a instantaneidade. Um acontecimento do outro lado do mundo chega a nós, cidadãos comuns, em questão de segundos através da conexão com a rede mundial de computadores, hoje já bastante popularizada, embora ainda não acessível a todos. Num jornal impresso, chegaria no mínimo na manhã seguinte.

Isso pode nos dar a sensação de que somos os seres mais bem informados da face da Terra. Sabemos de tudo o que acontece ao redor do mundo numa simples tela de computador. Ou na tela de um telefone celular na palma da mão.

Porém a questão aqui não é quantidade, e sim profundidade. Mais ainda, conhecimento.

Como formar cidadãos pensadores e capazes de opinar frente a avalanche de notícias que recebemos diariamente?

O jornal pode ser um recurso precioso para o desenvolvimento da capacidade crítica da criança. Por meio dele, pode-se desenvolver nos pequenos, desde cedo, a chamada formação de opinião. Mas como fazer isso, na prática? Será que somente um professor, ou um especializado no assunto, tem técnicas para isso?

O jornal é, existencialmente, um recurso democrático. Possibilita o acesso à informação a todos, seja rico ou pobre. Dessa forma, pode sim ser utilizado para o desenvolvimento da capacidade de opinar de uma criança, em casa, com os pais.

Sentar com as crianças e ler uma notícia de jornal ou matéria de revista com elas - seja em papel ou pelo computador - discutindo juntos o que entenderam sobre o assunto em questão é o caminho. Não deixá-las sair do foco, mas permitir opinarem livremente sobre o tema, sem instituir nesse momento julgamentos pessoais de valor dos pais como “certo” e “errado” ou “verdades absolutas”. Possibilitá-las à reflexão, esse é o objetivo.

E muito importante: selecionar previamente o tema a ser tratado. Crianças ainda não estão preparadas para compreender certos assuntos. Lembre-se que, quanto mais nova, mais próximo deve ser o conteúdo da realidade dela.

Notícias sobre violência de qualquer ordem, bem como suas consequências, devem ficar de fora, sempre. 

Não se trata de omissão da realidade, como muitos podem pensar, mas com crianças, especialmente as mais novas, que ainda não sabem distinguir bem fantasia de realidade e certos valores morais, a máxima “violência gera violência” faz ainda mais sentido.

E esse trabalho também é para isso: desenvolver juntamente com as crianças conceitos para uma boa convivência em sociedade, de forma gradativa.

Assim, não se trata aqui de julgar qual meio é o melhor, ou falar em substituições, mas sim fazer uso das opções e possibilidades que temos hoje. Avanços são sempre melhoria para a humanidade, não perda.

Sabemos que o cotidiano da maioria das famílias atualmente é bastante corrido, onde sequer as principais refeições diárias são feitas todos juntos, ao redor de uma mesa, como acontecia num tempo nem tão distante assim. Por isso, pequenos momentos como esse farão uma grande diferença na vida dos pequenos hoje, e com certeza contribuirão para a formação de um mundo melhor.




Nenhum comentário:

Postar um comentário